Garotas de Vidro [Resenha do Livro]

by - janeiro 28, 2018



Título Original: Wintergirls

Título no Brasil: Garotas de Vidro

Autor: Laurie Halse Anderson

Gênero: Drama

Editora: Novo Conceito

Ano da Edição: 19 de março de 2009





SinopseLia e Cassie são amigas há anos, ambas congeladas em seus corpos. No entanto, em uma manhã, Lia acorda com a notícia de que Cassie está morta, e as circunstâncias de sua morte ainda são um mistério. Não bastasse isso, Cassie tentara falar com Lia momentos antes, para pedir ajuda. Lia tem de lidar com o pai, que é um renomado escritor, sua madrasta e a mãe, uma cardiologista que vive ocupada, salvando a vida dos outros. Contudo, seu maior tormento é a voz dentro de si mesma, que não a deixa se esquecer de manter o controle, continuar forte e perder mais, sempre perder mais, e pesar menos. Bem menos.



Nota:










"Vá embora. Lia precisa dormir por cem anos em uma caixa de vidro fechada. As pessoas que saberão onde a chave está escondida morrerão, e ela finalmente vai poder descansar um pouco."









Minha humilde e mortal opinião:






Uma capa linda, um título curioso, e uma história perturbadora. Garotas de Vidro retrata a vida de Lia, uma adolescente de pais divorciados que vive com o pai, a madrasta e uma meia-irmã, possui um transtorno alimentar e, no início do livro, recebe a notícia da morte de sua melhor amiga, Cassie.







“...corpo encontrado em um quarto de motel, sozinho... Ela ligou trinta e três vezes.”







Na infância, Lia e Cassie fizeram uma aposta e uma promessa de que seriam as mais magras de toda a escola, uma ideia completamente paranoica, que as fizeram desenvolver transtornos alimentares... Lia, a anoréxica, e Cassie, a bulímica. No ensino médio as duas acabaram se distanciando, mas a notícia de que Cassie havia morrido fez Lia se reaproximar da amiga de um jeito nada convencional.







"Fantasmas esperam nas sombras da sala, tremeluzindo devagar. Os outros podem vê-los também, eu sei. Todos têm medo de falar sobre o que nos encaram do escuro."






Confesso que nunca tinha lido uma narrativa assim, tão pesada e direta. A autora retrata bem o desespero psicológico da personagem principal, que, após ter sido internada várias vezes para tratamento, ainda convivia com esse transtorno de imagem e síndrome de boderline.





"Mordi, mastiguei, engoli dia após dia, e menti, menti, menti (Quem quer se recuperar? Levei anos para chegar aquele peso. Eu não estava doente; eu estava forte)"






Apesar de ser uma personagem tão frágil, a autora deixa claro que Lia não queria ser daquele jeito, não queria ferir nem deixar triste os outros a sua volta, mas que não há nada a ser feito a não ser obedecer as vozes que vem de dentro da sua cabeça, que te dizem o que fazer o que pensar.





"Eu sei que sou eu, mas não sou eu, não de verdade. Não sei como sou. Não consigo lembrar como é que a gente faz para parecer alguma coisa."



Recomendo a leitura para os que estejam preparados psicologicamente para se aprofundar nesse mundo tão obscuro que é a mente humana e o que ela é capaz de fazer com o próprio corpo que ela habita.

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